Flamenco


Flamenco

O Flamenco é um estilo musical e um tipo de dança fortemente influenciado pela cultura cigana, mas que tem raízes mais profundas na cultura musical mourisca, influência de árabes e judeus. A cultura do flamenco é associada principalmente a Andaluzia na Espanha, e tornou-se um dos ícones da música espanhola e até mesmo da cultura espanhola em geral.
O "novo Flamenco" é uma variação recente do Flamenco que sofreu influências da música moderna, como a Rumba, a Salsa, o Pop, o Rock e o Jazz
Originalmente, o Flamenco consistia apenas de canto (cante) sem acompanhamento. Depois começou a ser acompanhado por guitarra (toque), palmas, sapateado e dança (baile). O “toque” e o “baile” podem também ser utilizados sem o “cante”, embora o canto permaneça no coração da tradição do Flamenco. Mais recentemente outros instrumentos como o “cajón” (uma caixa de madeira usada como percussão) e as castanholas foram também introduzidos.
Muitos dos detalhes do desenvolvimento do flamenco foram perdidos na história da Espanha e existem várias razões para essa falta de evidências históricas:
  • Os tempos turbulentos dos povos envolvidos na cultura do Flamenco. Os mouros, os ciganos e os judeus foram todos perseguidos e expulsos pela inquisição espanhola em diversos tempos durante a “Reconquista”.
  • Os ciganos possuíam principalmente uma cultura oral. As suas músicas eram passadas às novas gerações através de atuações em comunidade.
  • O flamenco não foi considerado uma forma de arte sobre a qual valesse a pena escrever durante muito tempo. Durante a sua existência, o flamenco esteve dentro e fora de moda por diversas vezes.
Granada, o último reduto dos mouros, caiu em 1492, quando os exércitos de Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela (os reis católicos) reconquistaram esta cidade após cerca de 800 anos de domínio muçulmano.
O Tratado de Granada foi criado para assegurar as bases da tolerância religiosa, conseguindo com isso que os muçulmanos se rendessem pacificamente. Durante alguns anos existiu uma tensa calma em Granada e à sua volta, no entanto, à inquisição não lhe agradava a tolerância religiosa relativamente aos judeus e aos muçulmanos e conseguiu convencer Fernando e Isabel a quebrarem o tratado e a forçar os judeus e os mouros a converterem-se ao cristianismo ou deixarem a Espanha de vez. Em 1499, cerca de 50.000 mouros foram coagidos a tomar parte de um batismo em massa.
Durante a rebelião que se seguiu as pessoas que recusaram batizar-se ou serem deportadas para África, foram pura e simplesmente eliminadas. Como consequência desta situação, assistiu-se à fuga de mouros, ciganos e judeus para as montanhas e regiões rurais.
Foi nesta situação social e economicamente difícil que as culturas musicais de judeus, ciganos e mouros começaram a fundir-se no que se tornaria a forma básica do Flamenco: O estilo de cantar dos mouros, que expressava a sua vida difícil na Andaluzia, as diferentes “compas” (estilos rítmicos), palmas ritmadas e movimentos de dança básicos. Muitas das músicas Flamencas ainda refletem o espírito desesperado, a luta, a esperança, o orgulho e as festas noturnas durante essa época. A música mais recente de outras regiões da Espanha influenciou e foi influenciada pelo estilo tradicional do Flamenco.
A primeira vez que o Flamenco foi mencionado na literatura, remonta a 1774 no livro “Cartas marruecas” de José Cadalso. No entanto a origem do termo “Flamenco” continua a ser assunto bastante debatido. Muitos pensam que se trata de um termo espanhol que originalmente significava flamengo (“flamende”). Contudo, existem outras teorias. Uma das quais, sugere que a palavra tem origem árabe, retirada das palavras “felag mengu” que significa algo como “camponês de passagem” ou “fugitivo camponês”.
Durante a chamada época de ouro do Flamenco, entre 1869 e 1910, o Flamenco desenvolveu-se rapidamente nos chamados “cafés cantantes”. Os dançarinos de flamenco também se tornaram numa das maiores atrações para o público desses cafés. Ao mesmo tempo, os guitarristas que tocavam para esses dançarinos foram ganhando reputação e dessa forma, nasceu, como uma arte própria, a guitarra do flamenco. Julián Arcas foi um dos primeiros compositores a escrever música flamenca especialmente para a guitarra.
A guitarra flamenca e a guitarra clássica são descendentes do alaúde. Pensa-se que as primeiras guitarras terão aparecido em Espanha no século XV. A guitarra de flamenco tradicional é feita de madeira de cipreste e abeto, é mais leve e um pouco menor que a guitarra clássica, com o objetivo de produzir um som mais agudo.
Em 1922, um dos maiores escritores espanhóis, Federico García Lorca e o compositor de renome Manuel de Falla organizaram a “Fiesta del cante jondo”, um festival de música folclórica dedicada ao “cante jondo”. Fizeram-no a fim de estimular o interesse no flamenco que nessa altura estava fora de moda. Dois dos mais importantes poemas de Lorca, “Poema del cante jondo” e Romancero gitano”, mostram a fascinação que ele tinha pelo flamenco.
O Flamenco é atualmente dividido em 3 categorias:
Flamenco Jondo -> Flamenco antigo. É a forma mais tradicional do Flamenco.
Flamenco Clássico -> Flamenco tocado de forma mais moderna que utiliza técnicas novas tanto para a guitarra flamenca quanto para a dança flamenca e para o cante flamenco.
Flamenco Contemporâneo -> Trata-se do Flamenco jondo e clássico somados aos jazz e ao fusion.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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